Rua Fulana de Tal

A. Respectus em latim significa "olhar outra vez". Algo que merece um segundo olhar é, portanto, algo digno de respeito. Vivemos o desrespeito diariamente e não é possível desenhar espaços de respeito sem que sua noção seja sensibilizada na sociedade. Pretendemos abordar o cotidiano do mais lento personagem urbano, o pedestre, priorizando o respeito às mulheres. São elas as que mais usam o espaço público (Jacobs, 1961), entretanto, são sua parte mais vulnerável. A rua não está pensada para elas: além de não garantir segurança, expõe seu corpo como objeto através da publicidade (Muxi, 2008), colaborando para o aumento do assédio. Essa proposta questiona dois níveis de respeito: o respeito top – down do governo em relação às cidadãs: como criar um bom espaço público para mulheres? e o respeito cidadão-cidadão que requer civilidade e alteridade entre indivíduos: como ser uma pedestre consciente? B. Rua Fulana de Tal é uma intervenção itinerante que aposta na interação entre ativistas e população. O objetivo é saber como as mulheres percebem o espaço público, seus desejos, críticas e temores. Constatando que poucas ruas levam nome de mulher, o título da intervenção pretende celebrar a mulher comum, a mesma ouvida nas ruas. A tática para a consulta será a performance coletiva, que, após registros sistematizados, poderá orientar o poder público na realização de obras em diferentes vizinhanças. A performance será um jogo realizado pelas mulheres passantes, que receberão dos ativistas um kit contendo os itens necessários para a intervenção. Cada participante usará as peças que desejar para apontar problemas e potencialidades no percurso. C. Através do engajamento social esperamos que sejam difundidos valores da vida compartilhada entre as vizinhanças participantes. Os ativistas serão somente facilitadores e encaminharão os desejos das mulheres ao poder público. A proposta tem efeito multiplicador e requer pequeno financiamento para os kits, podendo ser produzida por qualquer pessoa.

Adriana Sansão – Professora Adjunta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós Graduação em Urbanismo da UFRJ, Arquiteta e Urbanista, Mestre e Doutora em Urbanismo pelo PROURB-FAU/UFRJ, com Estágio Doutoral na ETSAB/UPC, em Barcelona. Coordenadora do Laboratório de Intervenções Temporárias (LabIT-PROURB-FAU/UFRJ). Jovem Cientista do Nosso Estado (FAPERJ).
Aline Fernandes – Mestranda Bolsista no Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da UFRJ (PROURB-FAU/UFRJ). Arquiteta e Urbanista pela UFJF com graduação sanduíche na De Montfort University, Reino Unido. Integrante da equipe do Laboratório de Intervenções Temporárias (LabIT-PROURB-FAU/UFRJ).
Fernanda Pacheco – Estudante de Arquitetura e Urbanismo, UFRJ. Bolsista Iniciação Artística e Cultural, na equipe do Laboratório de Intervenções Temporárias (LabIT-PROURB-FAU/UFRJ).
Gabriela Bonifácio – Mestranda Bolsista no Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da UFRJ (PROURB-FAU/UFRJ). Arquiteta e Urbanista pela PUC-Rio. Integrante da equipe do Laboratório de Intervenções Temporárias (LabIT-PROURB-FAU/UFRJ).
Joy Till – Professora Adjunta do Departamento de Artes e Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (DAD/PUC-Rio). Arquiteta, Mestre em Design pela PUC-Rio e Doutora em Urbanismo pelo Programa de Pós Graduação em Urbanismo da UFRJ (PROURB-FAU/UFRJ). Vice-coordenadora do Laboratório de Intervenções Temporárias (LabIT-PROURB-FAU/UFRJ).
Rodrigo Bertamé – Ativista cultural pelo coletivo Suburbagem, militante de midiativismo no coletivo Linhas de Fuga, Arquiteto, Urbanista e militante dos subúrbios cariocas.
Site LabIT: http://intervencoestemporarias.com.br