Escada do Amor

A Travessa Laurinda é uma faixa não urbanizada que vai do topo do Morro do Alemão à divisa com Olaria, no Complexo do Alemão – território sob ocupação militar da UPP. A Travessa é o único acesso de muitos moradores às suas casas e apresenta grandes riscos. Nunca foi contemplada com infraestrutura ou serviços públicos; há uma espessa camada de entulho sobre solo muito íngreme; pedras tornam-se escorregadias ao escoarem águas pluviais e esgoto não canalizados. Muitas casas estão condenadas e algumas já deslizaram, aderindo aos escombros. Apenas uma grande obra de infraestrutura sanaria tantos riscos, mas enquanto não houver planejamento urbano na Laurinda (como previsto no PAC), moradores continuarão ali com suas famílias, indo, vindo, vivendo. O projeto Escada do Amor buscou melhorar as condições de circulação no terreno, demanda prioritária dentre tantas outras urgências. O grupo organizou-se em mutirões nos finais de semana para embrenhar-se no solo da Laurinda e encontrar soluções construtivas e caminhos seguros em meio ao desmoronamento. O material construtivo, comprado no pé do morro, foi transformado em escada, ponte, corrimão. Diversas técnicas foram utilizadas: bloco de concreto; abóbada de ferro-cimento; e o arco romano em uma ponte que transpõe o esgoto a céu aberto. A primeira escada construída, em frente à casa da Dona Maria Antonia, foi batizada de “Escada do Amor” por ter sido construída no Dia dos Namorados. A população da Travessa foi atuante nos mutirões: crianças ávidas por virar massa e se lambuzar no concreto; os mais velhos carregando cimento e fazendo churrasco. A Escada do Amor, além de servir como circulação básica, deu início a uma rede de afeto. Uma rede que vê-se fragilizada quando tiroteios são acirrados, mas que já conseguiu firmar alguns degraus no solo, nos quais ao menos pode-se pisar.

Permanências e Destruições
Permanências e Destruições é um projeto que promove ações artísticas no Rio de Janeiro em territórios entre o uso e o abandono.
Em 2016, o Permanências, além de propor intervenções artísticas temporárias, formou um grupo multidisciplinar com o intuito de pensar uma intervenção urbana permanente no Morro do Alemão.
Grupo composto por Ana Altberg, Carlos Zebulun, Cesar Jordão, Claudio Savaget, Daniela Moreira, João Paulo Quintella, Juliana Monteiro, Hugo Genes, Paula Quintas, Pedro Varella, Priscila Fiszman


Raízes em Movimento
Nós do Instituto Raízes em Movimento temos como missão promover o desenvolvimento humano, social e cultural do Complexo do Alemão e demais comunidades por meio da participação de atores locais como protagonistas desses processos, tendo como foco o fortalecimento e ampliação do capital social dessas comunidades.
Instituto composto por Alan Brum, Bruno Coutinho, David Amen, Diogo Sulamar, Lauro Sidney Ottoni, Thiago Matiolli, Renato Oliveira, Ricardo de Moura

FAU UFRJ
A FAU UFRJ através da disciplina Projeto de Urbanização Alternativa ministrada por Pablo Benetti e Solange Carvalho desenvolvendo a familiarização do alunos com projetos de urbanização alternativa em áreas de moradia da população de baixa-renda.
Grupo composto por Annalena Brinckman, Lola Paprocki, Marco Aurélio Cunha, Pablo Benetti


Matéria Base
Atuando desde 1998, os arquitetos Fernando Minto e Thomas Burtscher formam um portfólio abrangente e complementar. A parceria de longa data levou à criação do MATÉRIABASE cujo escopo inclui desenvolvimento de projetos urbanos e de edificações, assessoria em processos de certificação ambiental e construção em terra.