SPATIAL ACTS

Em nossa urbanização global, ATOS ESPACIAIS explora o respeito urbano em um estudo de caso do Brasil. Nas megacidades São Paulo e Rio de Janeiro, estima-se que 1/3 da população viva em assentamentos informais. Simultaneamente, centenas de prédios e lotes nos centros das cidades estão desocupados; uma condição grave de desrespeito — físico, social e econômico. Neste contexto, no qual as condições de vida e de moradia estão à beira do colapso, SPATIAL ACTS cria coesão social e, assim, respeito.

No centro está um EdificioX desocupado imaginário, planejado como um hotel de luxo e com uma história de muitas ocupações e despejos violentos. Com uma estratégia inspirada no teatro — um fenômeno comum, que atravessa classes sociais — estamos criando um diálogo respeitoso; redistribuindo os recursos, os atores e os espectadores urbanos. Perguntamos para quem é a cidade e quem tem o direito e o espaço para agir.

Nossa proposta utiliza as características existentes no prédio e pequenos recursos, sabiamente gerenciados, do programa ZEIS do governo, para criar novas moradias sociais. Os andares térreos são reafirmados como espaço público, um cenário aproximado de rua interna. Passando pela nova rua, o visitante encontrará diferentes palcos informais que exploram a relação com a cidade. A acomodações são centradas em torno de "cenas de rua" elevadas, todas pontos de encontros para movimentos humanos. A escada existente é removida e, no vácuo que é criado, encontra-se toda a comunicação, reunindo tanto atores quanto espectadores em uma relação igual e aberta e criando um espaço aberto para a ação. O design é simples e direto, manifestando o espaço. Como mediadora entre o público/comum/compartilhado e os apartamentos, há uma zona de interface; uma camada performativa, conectando-se estreitamente com a comunidade e com o respeito social compartilhado.

Simples como a reinvenção do espaço, nosso ATO ESPACIAL é adaptável a outras escalas e pode ser repetido. O projeto propõe um possível desenvolvimento para ocupantes urbanos, melhorando as condições para a coesão social e, com isso, para o respeito compartilhado.

Projeto realizado como uma colaboração entre Karl Lindstrand (ilustrador e estudante de arquitetura) e Alexandra Rosengren (estudante de arquitetura). O projeto começou dentro do estúdio de sustentabilidade no KTH – Royal Institute of Technology, em Estocolmo, e depois continuou a ser desenvolvido. Alexandra e Karl passaram três semanas no Brasil em março e Alexandra vai voltar no outono para continuar estudando São Paulo para a sua dissertação.