ANANSE

A intervenção ANANSE já foi realizado em outras ocasiões (ver: www.objetosperformaticos.com.br). A performance abrange três modos de desrespeito inter-relacionados: 1) o desrespeito racial; o desrespeito à condição social-econômica; e, por fim, o desrespeito ao idoso. A intervenção consiste, basicamente, numa lenta caminhada feita num lugar público da cidade, caminhada que é realizada por um performer que se veste com uma máscara que representa um homem idoso e maltrapilho, inspirado na figura de Ananse, o homem-aranha africano. Esta caminhada vai gerando uma série de reações/discursos que são captados por uma câmera, dando origem a um video de curta duração. Devido à própria ambiguidade da imagem do performer, a intervenção explora a relação aversão-atração, resistência-opressão. Neste processo, muitos discursos dos transeuntes que assistem à passagem do performer revelam preconceitos irrefletidos e atitudes arraigadas de desrespeito. Trata-se, portanto, de um projeto pontual que, devido à natureza efêmera da performance, não tem o alcance nem a intenção de transformar um sistema perenemente. Contudo, na medida em que o produto do trabalho é um video, que será apresentado em outros lugares, como eventos artísticos e científicos, como vem ocorrendo com os produtos anteriores, julgo que ele gera discussões sobre diversas questões, inclusive, a questão do desrespeito, contribuindo para uma conscientização da população acerca do problema. Neste sentido, ao me candidatar para participar do evento DESIGNING RESPECT, busco ampliar o alcance do projeto original, realizando-o em outras partes da cidade, a fim de ressaltar as diferentes percepções e formas de recepção. Inspirado na teia de Ananse, o projeto visa criar relações de afeto entre as pessoas. O projeto não implica em financiamento, visto que o material utilizado já foi produzido. Além do mais, não há custos operacionais, já que a equipe é constituída por integrantes do Laboratório Objetos Performáticos de Teatro de Animação da UFRJ.

A equipe é formada por Gilson Motta, (performer, cenógrafo, diretor teatral e professor do Curso de Artes Cênicas da UFRJ) e por uma equipe do Laboratório Objetos Performáticos de Teatro de Animação. A intervenção conta com a participação de André Luis Perrett, Flávia Coelho, Zindi Gonzaga, Amanda Moleta, Sabrina Paraíso.